O Aedes aegypti é a espécie responsável por transmitir o vírus da febre amarela urbana e da dengue no Brasil e nas Américas. O Aedes albopictus é o responsável por manter a dengue na Ásia, é encontrado no Brasil, mas até o momento não está associado à transmissão do vírus da dengue.
Há evidências de que o Aedes aegypti tenha se originado na África, vivendo em ambientes silvestres, nos tocos das árvores e escavações em rochas. Esta espécie se diferenciou adaptando-se aos centros urbanos, onde as alterações provocadas pelo homem propiciam sua proliferação. Nas Américas somente tem sido encontrada a variedade doméstica, que se acredita tenha sido transportada em barris que vinham dos navios de exploradores e colonizadores. No Brasil, esta espécie é detectada em todo território. O Aedes aegypti desenvolve-se por metamorfose completa (holometabólicos), passando por 4 fases no ciclo vital: ovo, larva (4 fases larvais), pupa e adulto.
Ciclo de vida do Aedes aegypti
Ovo
Os ovos são elípticos (arredondados, porém afinado nas extremidades), seu tamanho varia entre 0,6 a 0,7mm. As fêmeas depositam os ovos, preferencialmente, nas paredes de criadouros artificiais, próximo ao nível da água, durante a postura os ovos são brancos, mas rapidamente adquirem a cor negra. A fecundação ocorre durante a postura e o desenvolvimento do embrião se completa em 48 horas, em condições favoráveis de umidade e temperatura.
Uma vez completado o desenvolvimento embrionário os ovos podem resistir a longos períodos de dessecação, sem sofrer nenhum dano. Já foi observado a eclosão de ovos com até 450 dias, quando colocado em contato com a água.
Larva
As larvas alimentam-se ativamente nessa fase, não resistem a longos períodos sem alimentação, mudam de tamanho quatro vezes (4 estágios larvais). A larva é composta de cabeça, tórax e abdome, para respirar, vem até a superfície, onde fica em posição quase vertical, movimenta-se em forma de serpente, fazendo um “S” em seu deslocamento. As larvas são sensíveis a movimentos bruscos na água e, sob feixe de luz, desloca-se rapidamente, buscando refugio no fundo do recipiente, demorando em retornar a superfície. (fotofobia – ponto chave para identificação do Aedes aegypti). Após o 4º estágio larval, as larvas transformam-se em pupas(3 a 4 dias).
Pupa
Não se alimentam, utilizam a energia armazenada na fase larvária. A pupa é dividida em cefalotórax ( cabeça+tórax) e abdome, tendo o formato de uma virgula, possui um par de tubos respiratórios que atravessam a água e permitem a respiração.
O estado pupal dura em média 2 a 3 dias. O tempo total do ciclo: do ovo ao adulto, leva em média 7 a 8 dias dependendo da temperatura.
Adulto
Necessitam de um período de várias horas para endurecimento do esqueleto externo e das asas. Dentro de 24 horas podem voar e acasalar. As fêmeas se alimentam frequentemente de sangue, de preferência humano. Na falta deste, pode se alimentar de sangue de outros animais. Machos, e também fêmeas, alimentam-se de sucos vegetais, fontes de carboidratos, para os processos metabólicos para a manutenção básica da vida. O repasto sanguíneo (refeição) das fêmeas fornece proteína para maturação dos ovos, acontecendo geralmente durante o dia, com picos de maior atividade ao amanhecer e pouco antes do entardecer. Quando o repasto não é completo, pode alimentar-se mais de uma vez entre duas posturas, principalmente quando são perturbadas durante o repasto. Em condições ótimas o intervalo entre o repasto e a oviposição (postura dos ovos) é de três dias.
A fêmea grávida é atraída para recipientes escuros, sombreados, úmidos ou com água, com superfícies ásperas nas quais depositam os ovos. Preferem água limpa ao invés de água poluída com muita matéria orgânica. Vive em média 30 a 35 dias na natureza, podendo ser maior este período em laboratório. Deposita em média 400 a 600 ovos durante a vida.
Seu tamanho médio é de 3 mm. Possuindo cor amarronzada, com anéis brancos nas patas e um desenho prateado em forma de lira na parte dorsal do tórax e escamas prateadas no corpo.
Deve ser considerada ainda a possibilidade de transmissão transovariana, que consiste na transmissão vertical do vírus, ou seja, de fêmeas infectadas para seus descendentes.
Aedes albopictus: Passa pelas mesmas fases de desenvolvimento do Aedes aegypti,possui grande diversidade de depósitos naturais e artificiais onde colocam seus ovos, e é mais tolerante ao frio que o Aedes aegypti. É necessário que se promovam levantamentos regulares para a detecção de sua presença e o aprofundamento de estudos sobre habitats naturais e artificiais, e ainda, avaliação da capacidade de dispersão da espécie, capacidade vetorial e participação na transmissão.