O que são glândulas exócrinas?
As glândulas exócrinas são estruturas especializadas que produzem e secretam substâncias por meio de ductos (ou canais) até a superfície do corpo ou para cavidades internas. Diferente das glândulas endócrinas, que liberam hormônios diretamente no sangue, as exócrinas atuam de forma mais localizada.
Essas glândulas são encontradas em diversas partes do corpo e suas secreções podem ser líquidas, como o suor e a saliva, ou mais espessas, como o muco e o sebo.
Principais glândulas exócrinas
Abaixo estão listadas as principais glândulas exócrinas do corpo humano.
Glândulas sudoríparas
As glândulas sudoríparas são estruturas presentes em praticamente toda a pele humana, com maior concentração em regiões específicas como as axilas, a testa, as palmas das mãos e as solas dos pés. Além disso, essas glândulas desempenham um papel fundamental na manutenção da homeostase do organismo, especialmente no que diz respeito ao controle da temperatura corporal. Por meio da produção de suor, elas permitem que o corpo libere o excesso de calor, resfriando a superfície da pele durante sua evaporação.
Ademais, é importante destacar que o suor produzido por essas glândulas contém água, sais minerais e pequenas quantidades de substâncias tóxicas, como a ureia, o que contribui também para a eliminação de toxinas do organismo. Portanto, as glândulas sudoríparas não apenas ajudam a manter o corpo em uma temperatura adequada, mas também participam de processos relacionados à excreção. Em resumo, sua atuação é essencial para o equilíbrio fisiológico e para o bom funcionamento do sistema tegumentar.
Glândulas sebáceas
As glândulas sebáceas estão localizadas na maioria das regiões da pele humana, sendo encontradas principalmente associadas aos folículos pilosos, ou seja, próximas aos locais onde nascem os pelos. Elas estão ausentes apenas nas palmas das mãos e nas plantas dos pés.
Essas glândulas desempenham um papel importante na manutenção da integridade da pele, pois são responsáveis pela produção de uma substância oleosa conhecida como sebo. O sebo tem a função de lubrificar e proteger tanto a pele quanto os pelos, impedindo o ressecamento e a quebra. Além disso, ele contribui para a defesa do organismo, já que possui propriedades antimicrobianas, ajudando a evitar a proliferação de micro-organismos potencialmente prejudiciais. Desse modo, as glândulas sebáceas são essenciais para manter o equilíbrio da pele e para proteger o corpo contra agentes externos.
Glândulas salivares
As glândulas salivares estão localizadas ao redor da boca e são responsáveis pela produção de saliva, um fluido essencial para o início do processo digestivo. As principais glândulas salivares são três pares: as glândulas parótidas, que ficam situadas próximas às orelhas; as glândulas submandibulares, localizadas logo abaixo da mandíbula; e as glândulas sublinguais, que se encontram sob a língua. Juntas, essas glândulas liberam a saliva na cavidade bucal, desempenhando diversas funções importantes. A saliva umidifica os alimentos, facilitando a mastigação e a deglutição, além de conter enzimas digestivas, como a amilase salivar, também chamada de ptialina, que inicia a digestão dos carboidratos ainda na boca.
Além disso, a saliva ajuda na limpeza da cavidade oral, possui ação antisséptica e contribui para o paladar e a fala, mostrando-se essencial não apenas para a digestão, mas também para a saúde geral da boca.
Glândulas lacrimais
As glândulas lacrimais estão localizadas na parte superior externa de cada órbita ocular, ou seja, na região superior e lateral dos olhos, dentro de uma pequena cavidade no osso frontal. Essas glândulas desempenham um papel fundamental na proteção e no funcionamento saudável dos olhos, pois são responsáveis pela produção das lágrimas.
As lágrimas têm múltiplas funções: elas lubrificam a superfície ocular, permitindo que as pálpebras deslizem suavemente durante o piscar; nutrem a córnea, fornecendo oxigênio e substâncias essenciais; e protegem os olhos contra partículas de poeira, agentes irritantes e microorganismos, graças à presença de enzimas com ação antimicrobiana. Além disso, as lágrimas ajudam a eliminar pequenos resíduos e mantêm a visão clara, sendo continuamente produzidas e drenadas para garantir a saúde ocular.
Glândulas mamárias
As glândulas mamárias estão localizadas nas mamas e são estruturas presentes em ambos os sexos, embora sejam mais desenvolvidas nas mulheres, especialmente durante o período da gestação e lactação. Essas glândulas desempenham uma função vital na alimentação dos recém-nascidos, pois são responsáveis pela produção de leite materno. O leite produzido é uma substância altamente nutritiva, contendo proteínas, gorduras, açúcares, água e, principalmente, anticorpos que ajudam a fortalecer o sistema imunológico do bebê.
Além de fornecer os nutrientes necessários para o crescimento saudável, o leite materno também contribui para a criação de um vínculo afetivo entre mãe e filho. Durante a amamentação, a sucção do bebê ativa hormônios que garantem a liberação contínua do leite. Dessa forma, as glândulas mamárias têm um papel essencial tanto na nutrição quanto na proteção imunológica do bebê nos primeiros meses de vida.
Glândulas gástricas
As glândulas gástricas estão localizadas na parede interna do estômago, mais especificamente no revestimento da mucosa gástrica. Células especializadas se organizam para produzir o suco gástrico, essencial à digestão. Essas células liberam principalmente ácido clorídrico (HCl), responsável por criar um ambiente altamente ácido no estômago, e enzimas digestivas, como a pepsina, que atua diretamente na digestão das proteínas.
O ácido clorídrico também tem a função de matar microorganismos presentes nos alimentos e de ativar a pepsina, que é inicialmente secretada em sua forma inativa (pepsinogênio). Além disso, as glândulas gástricas secretam muco, que protege a parede do estômago contra a ação corrosiva do próprio ácido. Dessa maneira, essas glândulas são essenciais para garantir uma digestão eficiente e segura, transformando os alimentos em substâncias que poderão ser absorvidas no intestino.
Glândulas intestinais
As glândulas intestinais estão localizadas na parede do intestino delgado e do intestino grosso, distribuídas ao longo da mucosa que reveste internamente essas regiões.
Essas glândulas são estruturas microscópicas formadas por células especializadas, responsáveis por secretar muco e enzimas digestivas que desempenham funções essenciais no processo digestivo. O muco atua como uma barreira protetora, lubrificando a parede intestinal e protegendo o epitélio intestinal contra a ação de substâncias irritantes e de micro-organismos presentes no bolo alimentar.
Já as enzimas digestivas produzidas pelas glândulas intestinais completam a quebra de nutrientes, como carboidratos, proteínas e lipídios, facilitando sua absorção pelas células intestinais. No intestino delgado, essa atividade é especialmente intensa, pois é o principal local de absorção de nutrientes. No intestino grosso, embora a função digestiva seja menor, o muco continua sendo importante para a proteção da mucosa e para a formação e eliminação das fezes. Assim, as glândulas intestinais são fundamentais tanto para a digestão eficiente quanto para a proteção do trato intestinal.
Glândulas de Brunner
As glândulas de Brunner estão localizadas na primeira porção do intestino delgado, conhecida como duodeno, que é a região logo após o estômago. Essas glândulas têm a importante função de secretar muco alcalino, uma substância viscosa e com pH elevado, que atua diretamente na proteção da mucosa intestinal. Quando chega ao duodeno, o alimento com suco gástrico encontra o muco alcalino das glândulas de Brunner, que o neutraliza e protege a mucosa intestinal da acidez.
Além disso, esse muco ajuda a lubrificar a parede intestinal, facilitando o trânsito do quimo (massa alimentar) pelo intestino. Dessa forma, as glândulas de Brunner desempenham um papel essencial na proteção do duodeno e na manutenção do ambiente adequado para a continuação da digestão e absorção dos nutrientes.
Glândulas de Bartholin
As glândulas de Bartholin estão localizadas em cada lado da abertura vaginal nas mulheres, próximas à entrada da vagina, na região da vulva. Essas glândulas têm a função de produzir e secretar muco lubrificante, especialmente durante a excitação sexual. O muco lubrificante reduz o atrito, proporciona conforto na penetração e protege os tecidos genitais contra irritações. Apesar de pequenas, as glândulas de Bartholin são essenciais para a saúde do sistema reprodutor feminino, promovendo conforto e segurança na relação sexual.
Glândulas de Cowper (ou bulbouretrais)
As glândulas de Cowper, também conhecidas como glândulas bulbouretrais, estão localizadas na base do pênis, próximas à uretra masculina. Essas glândulas têm a importante função de produzir um fluido lubrificante que é liberado durante a excitação sexual, antes da ejaculação propriamente dita.
Esse fluido tem a capacidade de limpar a uretra, removendo resíduos de urina e outras impurezas, além de lubrificar o canal uretral, facilitando a passagem do sêmen no momento da ejaculação. Dessa forma, as glândulas de Cowper contribuem para a proteção e a eficiência do sistema reprodutor masculino, garantindo um ambiente mais favorável para o transporte dos espermatozoides.
Glândulas ceruminosas
As glândulas ceruminosas estão localizadas no canal auditivo externo, que é o tubo que conecta a parte externa da orelha ao tímpano. Essas glândulas são responsáveis pela produção do cerume, popularmente conhecido como cera do ouvido.
O cerume tem uma função protetora muito importante, pois ajuda a impedir a entrada de poeira, água, micro-organismos e outras partículas estranhas no interior do ouvido, evitando infecções e irritações. Além disso, o cerume possui propriedades antimicrobianas que colaboram para manter o canal auditivo limpo e saudável. Ele também atua na lubrificação da pele do canal auditivo, prevenindo o ressecamento e possíveis fissuras na região. Assim, as glândulas ceruminosas são fundamentais para a proteção e o bom funcionamento do sistema auditivo.
Veja o resumo das glândulas exócrinas na tabela
Glândula Exócrina | Localização | Função |
---|---|---|
Glândulas sudoríparas | Pele (axilas, testa, palmas, solas) | Produzem suor para regular temperatura e eliminar toxinas |
Glândulas sebáceas | Pele associada aos folículos pilosos | Produzem sebo para lubrificar e proteger a pele e pelos |
Glândulas salivares | Região da boca (parótidas, submandibulares, sublinguais) | Produzem saliva para umidificar alimentos e iniciar digestão |
Glândulas lacrimais | Região superior externa das órbitas oculares | Produzem lágrimas para lubrificação e proteção dos olhos |
Glândulas mamárias | Mamas | Produzem leite para nutrição do bebê |
Glândulas gástricas | Parede do estômago | Produzem suco gástrico para digestão de proteínas |
Glândulas intestinais | Parede do intestino delgado e grosso | Produzem muco e enzimas para proteção e digestão |
Glândulas de Brunner | Duodeno | Produzem muco alcalino para neutralizar ácido gástrico |
Glândulas de Bartholin | Região vaginal feminina | Produzem muco lubrificante durante excitação sexual |
Glândulas de Cowper | Base do pênis masculino | Produzem fluido lubrificante para limpeza da uretra |
Glândulas ceruminosas | Canal auditivo externo | Produzem cerume para proteção contra poeira e micro-organismos |
Importância das glândulas exócrinas
As glândulas exócrinas trabalham silenciosamente para garantir conforto, proteção e saúde. Portanto, conhecê-las é essencial para entender como o corpo interage com o ambiente, garantindo hidratação, digestão, defesa e reprodução. Além disso, alterações nessas glândulas podem estar relacionadas a diversas doenças, como acne, distúrbios digestivos e problemas de sudorese. Por isso, é essencial entender seu funcionamento para cuidar melhor da nossa saúde.