O que é seleção natural?
A seleção natural é o processo pelo qual características hereditárias que conferem uma vantagem reprodutiva tornam-se mais comuns em uma população ao longo de várias gerações. Em outras palavras, é o mecanismo pelo qual a natureza “seleciona” quais características são mais benéficas para a sobrevivência e reprodução, e essas características tendem a ser passadas para as próximas gerações.
Componentes da seleção natural
Para entender melhor a seleção natural, é importante conhecer seus principais componentes:
Variação Genética
A variação genética é a diversidade de genes e alelos dentro de uma população. Sem variação, a seleção natural não pode ocorrer porque não haveria diferenças para selecionar.
Hereditariedade
As características vantajosas devem ser hereditárias, ou seja, devem ser capazes de ser passadas de pais para filhos. Sem hereditariedade, as características vantajosas não se propagariam através das gerações.
Reprodução Diferencial
Os indivíduos com características vantajosas são mais propensos a sobreviver e reproduzir-se. Como resultado, essas características tornam-se mais comuns na população ao longo do tempo.
Exemplos de seleção natural
As Mariposas de Manchester
As mariposas de Manchester é um exemplo clássico de seleção natural e refere-se ao estudo realizado por Bernard Kettlewell nas décadas de 1950 e 1960. Ele investigou como a industrialização afetou a coloração das borboletas de Manchester, especificamente a espécie Biston betularia.
Durante a Revolução Industrial, houve uma mudança dramática no ambiente urbano, com grande poluição industrial e escurecimento dos troncos de árvores por fuligem. Isso levou a uma mudança na frequência das mariposas escuras em relação às mariposas claras, devido à seleção natural. Antes da industrialização, as mariposas claras eram mais predominantes, mas após a poluição, as escuras passaram a ter uma vantagem de camuflagem. As mariposas escuras tinham mais vantagem, pois eram menos visíveis aos predadores.
O comprimento do pescoço das girafas
As girafas possuem pescoços longos, o que lhes permite alcançar folhas em árvores altas, uma fonte de alimento inacessível para muitos outros herbívoros.
Originalmente, existia variação no comprimento do pescoço entre as girafas ancestrais. Aqueles com pescoços mais longos tinham uma vantagem de sobrevivência durante períodos de escassez de alimentos, pois podiam acessar folhas em alturas que outros animais não conseguiam alcançar. Essas girafas tinham maior probabilidade de sobreviver e se reproduzir, passando seus genes de pescoço longo para a próxima geração. Ao longo de muitas gerações, a seleção natural favoreceu girafas com pescoços cada vez mais longos.
Bactérias resistentes a antibióticos
Quando uma população de bactérias é exposta a um antibiótico, a maioria das bactérias susceptíveis ao medicamento morre. No entanto, algumas bactérias podem possuir uma mutação que as torna resistentes ao antibiótico. Essas bactérias resistentes sobrevivem e se reproduzem, passando a resistência para sua descendência. Com o uso contínuo de antibióticos, a proporção de bactérias resistentes na população aumenta, resultando em uma população predominante de bactérias resistentes.
Importância da seleção natural
A seleção natural promove a adaptação das espécies ao ambiente. Indivíduos com características mais adaptativas têm maior probabilidade de sobreviver e reproduzir, transmitindo essas características para as gerações futuras.
Ao longo do tempo, a seleção natural promove a diversificação das espécies. Isso ocorre porque diferentes populações enfrentam diferentes pressões ambientais, levando a diferentes adaptações e, eventualmente, à formação de novas espécies.
A seleção natural é fundamental para a evolução das espécies. Ela é o mecanismo que impulsiona a adaptação ao ambiente, resultando em uma maior diversidade biológica.