A Síndrome de Down é uma condição genética causada por uma alteração cromossômica, onde a pessoa nasce com uma cópia extra do cromossomo 21 em todas ou na maioria das células do corpo. Em vez dos dois cromossomos normais do par 21, as pessoas com síndrome de Down possuem três.
A primeira descrição clínica foi feita pelo médico John Langdon Down em 1866, mas a compreensão da causa genética, que é a presença de um cromossomo 21 extra, só veio a ser descoberta mais tarde. Foi no ano de 1959 que o médico francês Jérôme Lejeune e sua equipe identificam a trissomia do cromossomo 21 como a causa da Síndrome de Down, confirmando a origem genética da condição.
Essa alteração cromossômica afeta o desenvolvimento cognitivo e físico do indivíduo, mas cada pessoa com síndrome de Down é única, com talentos, interesses e habilidades próprias.
Como é feito o diagnóstico da síndrome de Down?
O diagnóstico da Síndrome de Down pode ser feito ainda durante a gestação ou logo após o nascimento.
Diagnóstico pré-natal
Durante o pré-natal, existem exames que podem indicar a probabilidade de o bebê ter a síndrome:
- Exames de triagem, como o exame de translucência nucal e exames de sangue (como o teste combinado do primeiro trimestre), analisam marcadores no sangue materno e características no ultrassom.
- Exames diagnósticos, como a amniocentese e a biópsia do vilo coriônico, são mais precisos e analisam diretamente os cromossomos do feto. Embora ofereçam um diagnóstico definitivo, são procedimentos invasivos e, por isso, são indicados em casos específicos.
Diagnóstico pós-natal
Após o nascimento, o médico pode suspeitar da Síndrome de Down ao observar características físicas típicas e para confirmar o diagnóstico, é realizado um exame genético chamado cariótipo, que identifica a presença da trissomia do cromossomo 21.

Características físicas típicas da Síndrome de Down
- Rosto arredondado, olhos oblíquos semelhantes aos dos orientais e orelhas pequenas
- Tônus muscular reduzido (hipotonia)
- Mãos pequenas com dedos curtos
Além disso, pessoas com a Síndrome de Down podem enfrentar desafios cognitivos, como dificuldades de aprendizado e atrasos no desenvolvimento motor, mas com o apoio adequado, muitas superam essas barreiras e atingem marcos significativos em suas vidas.
Desenvolvimento cognitivo e aprendizado
O grau de comprometimento cognitivo na síndrome de Down pode variar bastante entre as pessoas.
Algumas conseguem realizar muitas atividades de forma independente, enquanto outras precisam de mais apoio no dia a dia. Mas é fundamental lembrar: todas as pessoas com síndrome de Down têm potencial para aprender, crescer e desenvolver habilidades.
Esse desenvolvimento acontece de forma ainda mais eficaz quando a pessoa recebe estímulos adequados desde a infância. Alguns exemplos de estímulos importantes são:
- Educação inclusiva: estudar em escolas regulares, convivendo com outras crianças, ajuda no aprendizado e na socialização.
- Terapias especializadas: como fonoaudiologia (para desenvolver a fala e a linguagem) e terapia ocupacional (para melhorar habilidades motoras e do dia a dia).
- Convivência social e familiar: o apoio da família, o carinho, a paciência e a convivência com outras pessoas são essenciais para fortalecer a autoestima e o desenvolvimento emocional.
Pesquisas comprovam que quanto mais cedo a criança com síndrome de Down começa a receber esse tipo de apoio, maiores são as chances de alcançar um bom desenvolvimento cognitivo, motor e social.
Com amor, dedicação e os recursos certos, essas crianças podem se desenvolver plenamente e participar ativamente da sociedade.
Cuidados e saúde
Pessoas com síndrome de Down podem ter alguns problemas de saúde que exigem atenção especial. Entre os mais comuns estão:
- Defeitos cardíacos congênitos: Muitas crianças com síndrome de Down nascem com alterações no coração. Isso significa que o coração pode não ter se desenvolvido completamente durante a gestação, o que pode exigir cirurgias ou acompanhamento constante com um cardiologista.
- Problemas de visão e audição: É comum que essas pessoas tenham dificuldades para enxergar ou ouvir bem. Elas podem precisar usar óculos, aparelhos auditivos ou fazer tratamentos específicos com oftalmologistas (médicos dos olhos) e otorrinolaringologistas (médicos que cuidam do ouvido, nariz e garganta).
- Hipotireoidismo: É uma condição em que a glândula tireoide funciona de forma mais lenta do que o normal. Isso pode afetar o crescimento, o desenvolvimento e o metabolismo da pessoa. Por isso, é importante fazer exames periódicos e, se necessário, usar medicação.
Por essas razões, é essencial que a pessoa com síndrome de Down tenha um acompanhamento médico contínuo. Uma equipe formada por diferentes especialistas — como pediatras, cardiologistas, oftalmologistas, otorrinolaringologistas, endocrinologistas e outros — pode ajudar a prevenir complicações, tratar os problemas de forma precoce e garantir uma melhor qualidade de vida.n.
Inclusão e aceitação
A inclusão de pessoas com síndrome de Down em ambientes educacionais, profissionais e sociais é fundamental para garantir que possam desenvolver seu pleno potencial. A sociedade precisa adotar atitudes de aceitação e compreensão para promover um ambiente mais inclusivo, onde todos tenham as mesmas oportunidades.
É importante que a família e a comunidade em geral estimulem a autoestima das pessoas com síndrome de Down, permitindo que elas vivam de maneira mais independente e significativa. Além disso, projetos de inclusão escolar e de trabalho têm se mostrado eficazes, proporcionando experiências enriquecedoras para essas pessoas.
A importância do apoio familiar
O apoio familiar é essencial para o sucesso da inclusão social e do desenvolvimento das pessoas com síndrome de Down. Isso envolve tanto o cuidado diário quanto o incentivo para que a pessoa tenha uma vida ativa e plena. Muitas famílias formam redes de apoio que proporcionam troca de experiências e informações úteis, além de compartilhar alegrias e desafios.
Se você está em busca de mais informações sobre a Síndrome de Down, não hesite em buscar apoio de organizações especializadas, além de profissionais da saúde que possam orientar o melhor caminho para o desenvolvimento e bem-estar da pessoa com essa condição.